Em 2016, o valor das ações da Petrobras vinha sendo negociado em torno de US$3 para investidores mundiais e o panorama era grave. Economistas e especialistas do comércio especulavam se a então presidente Dilma Rousseff iria cancelar a listagem da empresa na bolsa ou fazer um pedido de acordo, pressentindo o pior para a empresa que já havia sido a 4° maior empresa do mundo.
A forte crise que a estatal brasileira passava era soma de dois fatores combinados: a grotesca queda do valor do petróleo internacional e os escândalos evidenciados pela operação Lava-Jato.
Durante o intervalo de 2011 a 2015 o valor do barril de Petróleo tipo Brent sofreu uma queda de mais de 72%, fluindo as receitas da companhia que caiu em sucessivos prejuízos em seus balanços diante da queda de seu produto base, acrescendo uma dívida total de aproximadamente US $200 bilhões.
Para completar o cenário que já era grave, os anos de 2014 e 2015, e uma parte de 2016, indicaram sucessivas perdas de valor da Petrobras devido às revelações da Operação Lava Jato.
A Petrobras se envolveu no escândalo de muitas formas, como arrecadação de propina de empreiteiras, lavagem de dinheiro, escape de divisas e superfaturamento de obras públicas. Todo esse esquema ficou conhecido abertamente como “Petrolão”, e minou investimentos internacionais e internos na empresa.
Foram detidos alguns membros executivos da companhia, como Nestor Cerveró (ex-diretor da área Internacional e ex-diretor financeiro da BR Distribuidora), Paulo Roberto Costa (ex-diretor de Abastecimento), Renato Duque (ex-diretor de Serviços), Pedro Barusco (ex-gerente-executivo de Engenharia), Jorge Zelada (sucessor de Cerveró na área Internacional), entre outros.
[better-ads type=”banner” banner=”19424″ campaign=”none” count=”2″ columns=”1″ orderby=”rand” order=”ASC” align=”center” show-caption=”1″][/better-ads]Tudo isso fez a empresa a descer em 3 anos seguidos de grandes prejuízos, que quase quebraram a empresa. No decorrer de 2014, 2015 e 2016, a Petrobras teve um rombo total de R$51,6 bilhões de reais reportados em seus balanços, incluindo mais perdas bilionárias com corrupção.
Com a corda no pescoço, a petroleira teve de recuperar suas finanças e sua estrutura de negócio para converter a realidade financeira e sair do vermelho (literalmente).
Esse processo por si foi estabelecido em 2 passos pertinentes (e uma ajuda significativa do mercado), que continuam carregando a sua veracidade até os dias atuais.
Como Escapou da Falência
Primeiro, com a saída de Dilma Rousseff do regime executivo do país, o novo governo de Michel Temer fez com que a Petrobras adotasse uma nova política de preços que mudaria totalmente a dinâmica das contas da empresa.
Conhecida como PPI (Paridade de Preços Internacionais), o novo modo de preços tem como base a cotação internacional do petróleo, determinada pela pura oferta e demanda do comércio internacional.
Antes, durante o governo de Dilma Rousseff, o poder trabalhava uma prática diantes dos preços que visava a contenção de preços ao comprador interno, o que mantinha o preço estável, mas acarretava em perdas dispersas, longe da bomba de combustível, que mais tarde seriam cobradas via inflação e danos.
Segundamente, a partir de 2017 a Petrobras também passou a incorrer sob uma política de enxugamento de sua estrutura, limitando excepcionalmente o capital fundamental para manter a empresa e desconsiderando fontes cruzadas de prejuízos.
Em suma, a corporação está se desfazendo de ativos, crescendo receita e cortando custos, sejam os ativos estruturas totalmente tocantes como refinarias, ou empresas subsidiárias que indiretamente realizam algum marca de custo considerado como “maléfico” para a companhia.
Por janeiro de 2015 e julho de 2021, a Petrobras vendeu R$ 231,5 bilhões em ativos, diminuindo a dívida total para R$ 54,3 bilhões, numa sinalização de que escapou da sua iminente falência.
[better-ads type=”banner” banner=”19424″ campaign=”none” count=”2″ columns=”1″ orderby=”rand” order=”ASC” align=”center” show-caption=”1″][/better-ads]Além dessas conversões, a Petrobras também tem sido beneficiada pela ascensão do preço do petróleo no mercado internacional, que auxiliada do ciclo de commodities tem colocado o preço do barril de petróleo Brent perto da casa dos US $100 novamente.
Com isso, a corporação vem reportando contínuos lucros, no 4° trimestre de 2020 a petroleira bateu o seu recorde histórico atingindo um lucro de R$59,9 bilhões. Já neste ano, o balanço do segundo trimestre atingiu um valor positivo de R$42,8 bilhões, expondo que a Petrobras fugiu da falência.
Dessa forma, impulsionada pela alta dos preços e suas novas políticas, a Petrobras fugiu da falência e superou suas concorrentes diretas quando o assunto é faturamento, ultrapassando gigantes do mundo como a ExxonMobil, BP, Shell, Chevron, Total e Eni, se tornando a Petroleira mais lucrativa do mundo no ano de 2021.